* Denise Estrella
Governo reduziu mais uma vez a taxa de juros básica da
economia no dia 29 de agosto em 0,5 ponto percentual. O Comitê de Política
Monetária (o “famoso” COPOM) divulgou que a nova taxa de juros em vigor no
Brasil (taxa SELIC) passa a ser 7,5% ao ano. O Banco Central brasileiro também
aproveitou para sinalizar que talvez não haja novas reduções até o final do
ano. Talvez no máximo, haja um novo corte de apenas 0,25% em outubro (próxima
reunião do COPOM).
A queda da taxa de juros teve início em agosto de 2011 (a
taxa SELIC era 12,25% ao ano) e foi a medida de política monetária adotada com
a finalidade de diminuir o impacto mais forte da crise internacional no nível
de atividade econômica do país.
Como consequência, muitos brasileiros foram às compras
por conta dos juros reduzidos, das facilidades de crédito bancário e também com
a isenção de alguns impostos sobre produtos industrializados (IPI).
O que parece bom para a economia como um todo, pois
trata-se de um movimento na direção do tão desejado aquecimento econômico, pode
não ser tão saudável sob a ótica do indivíduo, que precisa ter disciplina e controle
emocional para evitar ”as armadilhas” do crédito mais barato. O fato é que as
despesas com consumo aumentaram, mas a contrapartida do lado das receitas,
quase que na sua totalidade oriundas do
trabalho (salário, consultas, diárias, comissões e pensões), não sofreram grandes
reajustes no último ano.
Portanto, renda praticamente constante e despesas em
elevação só poderiam levar a algum tipo de desequilíbrio orçamentário, que culminou
com o não pagamento de alguns compromissos financeiros. Este movimento foi
registrado pelo crescimento significativo do nível de inadimplência. Depoimentos
de pessoas com dívidas bancárias que já atingiram R$32 mil, R$ 45 mil e até
mesmo R$ 60mil, mostram o quanto é necessário desenvolver um padrão mínimo de
organização financeira.
A saída dessa situação requer muita disciplina, renúncia,
controle detalhado em planilha manual (caderno mesmo!) ou no computador (encare
o Excel), cumplicidade e união da família, além de uma disposição para
renegociar junto ao banco. Dica: essa é a hora de aproveitar a queda da taxa básica
de juros da economia (taxa SELIC).
Os bancos demoram um pouco para incorporar essa
diminuição nas taxas oferecidas em seus novos empréstimos. Fique atento!
Perceba que 7,5% ao ano é equivalente a apenas 0,6% ao mês. Mãos a obra,
organize-se, envolva a família e busque ajuda para cuidar de suas finanças
pessoais. Enfim, decida hoje quem será você no futuro.
* Denise Estrella, CFP® é economista e planejadora financeira.
Texto publicado no Jornal Gazeta Niteroiense - Coluna ECONOMIA
Edição Nº 55 – Semana
de 01 a 07 de setembro de 2012.
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