sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Esse é um bom momento para acertar sua vida financeira!


* Denise Estrella

 Governo reduziu mais uma vez a taxa de juros básica da economia no dia 29 de agosto em 0,5 ponto percentual. O Comitê de Política Monetária (o “famoso” COPOM) divulgou que a nova taxa de juros em vigor no Brasil (taxa SELIC) passa a ser 7,5% ao ano. O Banco Central brasileiro também aproveitou para sinalizar que talvez não haja novas reduções até o final do ano. Talvez no máximo, haja um novo corte de apenas 0,25% em outubro (próxima reunião do COPOM).

A queda da taxa de juros teve início em agosto de 2011 (a taxa SELIC era 12,25% ao ano) e foi a medida de política monetária adotada com a finalidade de diminuir o impacto mais forte da crise internacional no nível de atividade econômica do país.

Como consequência, muitos brasileiros foram às compras por conta dos juros reduzidos, das facilidades de crédito bancário e também com a isenção de alguns impostos sobre produtos industrializados (IPI).

O que parece bom para a economia como um todo, pois trata-se de um movimento na direção do tão desejado aquecimento econômico, pode não ser tão saudável sob a ótica do indivíduo, que precisa ter disciplina e controle emocional para evitar ”as armadilhas” do crédito mais barato. O fato é que as despesas com consumo aumentaram, mas a contrapartida do lado das receitas, quase que na sua totalidade  oriundas do trabalho (salário, consultas, diárias, comissões e pensões), não sofreram grandes reajustes no último ano.

Portanto, renda praticamente constante e despesas em elevação só poderiam levar a algum tipo de desequilíbrio orçamentário, que culminou com o não pagamento de alguns compromissos financeiros. Este movimento foi registrado pelo crescimento significativo do nível de inadimplência. Depoimentos de pessoas com dívidas bancárias que já atingiram R$32 mil, R$ 45 mil e até mesmo R$ 60mil, mostram o quanto é necessário desenvolver um padrão mínimo de organização financeira.

A saída dessa situação requer muita disciplina, renúncia, controle detalhado em planilha manual (caderno mesmo!) ou no computador (encare o Excel), cumplicidade e união da família, além de uma disposição para renegociar junto ao banco. Dica: essa é a hora de aproveitar a queda da taxa básica de juros da economia (taxa SELIC).

Os bancos demoram um pouco para incorporar essa diminuição nas taxas oferecidas em seus novos empréstimos. Fique atento! Perceba que 7,5% ao ano é equivalente a apenas 0,6% ao mês. Mãos a obra, organize-se, envolva a família e busque ajuda para cuidar de suas finanças pessoais. Enfim, decida hoje quem será você no futuro.

* Denise Estrella, CFP®  é economista e planejadora financeira. 


Texto publicado no Jornal Gazeta Niteroiense - Coluna ECONOMIA
Edição Nº 55 – Semana de 01 a 07 de setembro de 2012.

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