Os países desenvolvidos estão encontrando dificuldades no
pagamento de seus compromissos financeiros, em honrar aquelas dívidas
contraídas no passado e em contratar novas dívidas no curto prazo. O noticiário
fala constantemente em crise na Grécia, na Espanha, na Itália e nos impactos
que isso causará nos demais países da zona do Euro.
Afinal de contas, quem deve, tem que pagar. E se quem
deve não paga, compromete a vida financeira de quem lhe emprestou dinheiro. E é
por essa e outras razões (como retração no crescimento da produção mundial) que
alguns economistas renomados acreditam que o mundo irá passar por momentos
difíceis nos próximos anos.
Nesse contexto, como fica a percepção sobre o nosso país?
O Brasil é visto pelo resto do mundo como um “país com boa capacidade de honrar
suas dívidas”, gerando confiança para que investidores estrangeiros apliquem dinheiro
aqui. Mas parece que a nível pessoal e familiar temos muito a aprender.
Como forma de impulsionar o crescimento econômico, as
recentes medidas governamentais de estímulo à expansão do crédito, levou o
brasileiro a reagir como esperado. Com o crédito mais fácil e barato, foi às
compras e gastou além da sua capacidade de gerar renda.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e
Inadimplência do Consumidor (Peic)
divulgada dia 24/julho pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços
e Turismo (CNC), o percentual de famílias com dívidas chegou a 57,6% em julho,
significando alta pelo segundo mês consecutivo. A Peic indica que o nível de famílias inadimplentes (com dívidas e
contas em atraso) recuou de 23,2%, em junho, para 21%, em julho. A pesquisa ouviu
cerca de 18 mil consumidores em todas as capitais do país e considera como dívida:
cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal,
prestação de carro e seguros. O cartão de crédito é apontado por 72% das
famílias endividadas como a principal dívida.
Comprar é muito bom, mas se você decidir pela compra
financiada, avalie se aquela nova prestação cabe no seu bolso já cheio de
prestações dos parcelamentos antigos. Analise o seu orçamento doméstico e veja
se existem itens que podem ser reduzidos. Alguns talvez possam ser
renegociados, aproveitando as ofertas dos concorrentes, tais como: internet,
telefone e TV por assinatura.
É importante o Equilíbrio,
pois, quem pede emprestado para consumir mais hoje, compromete sua renda e
consumo amanhã. Um dia você terá que pagar esse empréstimo e os juros
decorrentes desse empréstimo. Envolva sua família e decidam juntos pelo consumo
consciente e sustentável!
* Denise Estrella é economista e planejadora financeira pessoal e familiar
Texto
publicado no Jornal Gazeta Niteroiense - www.gazetanit.com.br
Edição Nº 51 – Semana
de 04 a 10 de agosto de 2012.
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